quarta-feira, 25 de março de 2009

ETERNAS MUDANÇAS!






O tempo muda, o mundo muda, as pessoas mudam. Prédios mudam, ruas mudam, carros mudam. Personalidades mudam, caráter muda, princípios mudam. Tudo está em eterna mudança sempre. E até mesmo percebe-se mudanças dentro de um Festival. Para quem não sabe, em Curitiba, acontece um Festival de Teatro (agora em março), que já foi Festival de Teatro de Curitiba e agora é apenas Festival de Teatro. Mudou o nome também. E continua mudando a cada ano. Já foi um festival com 50 peças, e hoje é considerado o maior do país. Com mais de 300 espetáculos espalhados pela cidade, dividido em mostra OFICIAL e FRINGE. É arte para todo lado. É um momento que, Curitiba tem outra cara. Existem boas mudanças e más mudanças. E vai ao seu critério julgar o que é bom ou não. A mostra chamada OFICIAL, são grupos convidados, geralmente contendo algum ator de TV ou algum grupo com destaque nacional. E a mostra paralela chamada de FRINGE, é qualquer grupo que queira fazer parte do festival, seja profissional ou amador. Seja uma montagem de atores profissionais locais, ou o grupo da igreja ou escola que monta um espetáculo e quer apresentar para um público, sem nenhum tipo de pré-seleção. Se você caro leitor, que não trabalha na área artística e quer montar um espetáculo para participar do fringe dentro do festival de Curitiba, você pode. É a proposta. Mostra paralela de arte sem nenhum tipo de pré-seleção. Mas voltando...
Existem bons títulos, que se perderam com o tempo. Acredito ser uma mudança não muito boa. No passado, Curitiba era considerada a capital cultural do país. Com um público muito exigente. Grandes companhias e grandes atores vinham fazer suas estréias em Curitiba. Diziam que, se o público curitibano aplaudisse em pé um espetáculo, ou show, faria sucesso em qualquer lugar do país. E se acontecesse o contrário, podia esperar uma temporada de fracasso. Esse termômetro acabou. Não importa qual seja a peça, pode ser a pior montagem, com o pior texto, mas que tenha um ator de TV (global, assim chamado devido a influência da emissora Globo), para que o público aplauda em pé, durante minutos. Ele (público), pode odiar a peça, pode não entender nada do que se falou, pode até ter dormido uns 20 minutos durante a apresentação. Não importa. Era uma peça com um ator de TV. E vou aplaudi-lo em pé no final. Todo mundo faz isso, vou fazer também. “- Não entendo nada de teatro, mas eu vi aquele ator maravilhoso e lindo na minha frente, e ele é mais baixinho do que imaginava!”
Alguns falam: - Fazer o que, é só esse Festival que acontece na cidade, outros: - É a proposta do festival, e mais outros: - Acha ruim? Crie um novo festival, tem espaço pra montar outro, talvez em agosto, o que vc acha? – alguns outros com pouca conversa: - Você está participando do festival porque quer!
Mas não importa em qual time acima você faz parte. Ainda estamos falando de mudança. E a pior mudança é a falta de informações e a falta de explicações. Realmente não importa quantos espetáculos profissionais ou não estejam participando, pois é um Festival de arte. E todo mundo tem o direito de mostrar o que bem entender. Mas uma mudança que daria um critério de crescimento, seria a explicação do que é mostra oficial, ou paralela (fringe) para quem vai assistir algo durante o festival. Para não acontecer de uma pessoa, totalmente leiga no assunto, que resolve assistir um espetáculo de teatro pela primeira vez em sua vida, e que pega o manual com os mais de 300 espetáculos oferecidos no ano, e por não entender como funciona o festival, acaba fazendo um “uni-duni-tê” para escolher qual o espetáculo que vai assistir. E ela vai toda empolgada, esperando ver um espetáculo bom. E pode ser que ela seja sortuda e realmente assista algo bom com qualidade, mas pode ser que encontre uma apresentação tão amadora e frustrante que acabe pensando: “- Isso é teatro? Não gostei!” e nunca mais volte e contribuindo para que a arte morra aos poucos.
Talvez uma mudança importante seja dentro do guia do festival, ter um mínimo de critério de explicação. Uma marca, uma indicação de: * peça amadora. * espetáculo de alunos do curso tal. Deixando bem claro que o fringe é uma mostra sem curadoria, sem critérios.
Talvez com essas mudanças o público volte a ser criterioso como antigamente. E que possa diferenciar um espetáculo profissional bom, de um ruim. E perceber que muitas vezes, um espetáculo com um ator de TV pode ser muito, mas muito ruim. E que existem produções locais de alta qualidade também.
Mudanças sempre acontecem. Seja para um bem ou não. Talvez a melhor forma de se mudar. Seja por você mesmo!

Bom Festival pra todos!
csavi

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